Muito se falou de Beyoncé nestas ultimas semanas, ícone da música pop mundial, forte representante da beleza negra americana, dita tendências de moda e comportamento entre seus admiradores e mulher com engajamento e posicionamento político!
Com o lançamento de seu mais recente videoclipe, Formation, a cantora denunciou aquilo que muitos sabem, porém mantêm-se indiferentes: o racismo e suas consequências.
Mostrando referências atuais e históricas sobre a história, como por exemplo, a inversão de valores escravocratas e empoderamento da beleza natural negra.
Poucos dias após lançar tal videoclipe, Beyoncé foi convidada a se apresentar no Super Bowl (principal campeonato da liga de futebol americano) e foi onde ocorreu outra referência importante para a história dos negros.
Suas dançarinas surgiram com looks que nos remetem a um grupo formado na década de 60 que muito lutou contra o extermínio dos negros pela polícia norte americana; Os Panteras Negras.
Vestes pretas em couro, boinas e o punho erguido fazem parte das principais características dos Black Panther Party, que tinham como finalidade original organizar patrulhas nos guetos negros para proteger os residentes dos atos de brutalidade da polícia.
Já a cantora homenageou o Rei do Pop Michael Jackson com um look, também em couro, referente à apresentação que o mesmo fez em 93 no evento.
A luta por direitos desde o começo do século XX com o surgimento das sufragistas, traz como arma visível a moda, uma forma de reconhecimento e muitas vezes segregação de grupos e tribos que pode estar presente na identidade dos cabelos (como os afropunks), nas cores (como as sufragistas), nos acessórios (como as boinas dos panteras negras), entre muitos outros.
Quando de alguma forma assuntos importantes são ignorados pela maioria a moda tem o mais importante papel de denunciar e conscientizar.
*
Por Mayara Behlau, professora do Núcleo de Criação da Sigbol Fashion